No fim-de-semana passado a chuva fez questão de marcar presença em Vigo e esteve prestes a estragar por completo a décima quarta edição do Marisquiño, mas não conseguiu. As ruas encheram-se de gente na mesma e skate e festa foram coisas que não faltaram.

Na Sexta-feira a chuva deu poucas tréguas, mas nas poucas que deu, mal se começava a ver manchas de chão seco, toda a gente saltava para cima do skate e ia aproveitar para dar as suas manobras.

Como já começa a ser de conhecimento geral, o Marisquiño, no que toca a skate, é muito mais do que um campeonato. As ruas enchem-se de skaters em todos os spots da cidade (que para quem não sabe, são imensos e de todos os estilos). Uns a filmar, outros a fotografar e outros simplesmente a skatar por mero prazer que é, a nosso ver, a essência do skate.

Na quadra do campeonato, que este ano pela primeira vez, fez parte da World Cup of Skateboarding, os skaters começaram já a estrear as rampas, que este ano estavam bastante diferentes para melhor. A localização da quadra também foi alterada, passando para o privilegiado entorno do porto desportivo do Náutico de Vigo deixando, assim, a Praça da Estrela livre para o pessoal skatar à vontade.

No Sábado a competição já estava ao Rubro e tivemos dois tugas a passar às finais: o Nuno Cardoso e o Jorge Simões, em 22º e 6º lugares respectivamente.

O nível de skate este ano estava fortíssimo no Marisquiño. Mais forte do que em qualquer outro ano de que nos recordemos. Os finalistas davam abusos atrás de abusos com uma consistência sobre-humana. O que há uns anos poderiam ser manobras para fechar uma parte de um video de skate de um pro qualquer, agora são dadas em runs com uma facilidade arrepiante.

O Jorginho, com o seu estilo de skate que já todos conhecemos e penso que todos admiramos, conseguiu sacar o terceiro lugar que no meio daquelas bestas todas, é sem dúvida de louvar. Passou o aquecimento todo a dar fifty-fifty e lipslides e quando chegou à run, arrebentou com a quadra toda! Grande Jorginho!!

O segundo lugar foi para o Japão, com o Ryo Sejiri a dar uma série de manobras técnicas no corrimão grande praticamente sem falhar e com a facilidade aparente de quem sobe e desce um passeio e, por fim, quem mais destruiu a quadra foi o brasileiro Kelvin Hoefler que deu tudo o que havia para dar e talvez mais.

Os esforços para realizar o campeonato com as más condições meteorológicas que se fizeram sentir em Vigo no passado fim-de-semana foram muitos, mas valeu sem dúvida a pena… e o festival de skate mais divertido da Europa, apesar de mais cinzento este ano, foi brutal e deixou mais uma vez, toda a gente ansiosa pelo próximo.

fotos O’Marisquiño