Desde muito cedo somos “moldados” a ver o mundo e a fazer (pre)determinadas composições dos objetos e dos materiais – um vaso servirá invariavelmente para colocar flores, um sapato (só) serve para calçar. Na verdade, no limite, se assim não for temos “um comportamento desviante”. (Não é assim no skate?…). Bem a  propósito: há uns tempos um documentário apresentava como bom estímulo, ou “treino” para nosso cérebro, a capacidade de atribuir o máximo de utilizações diversas a um objeto habitualmente usado para um único fim, no caso era um sapato. 10 usos diferentes, para sermos precisos. Mais do que um desafio, as almas criativas têm-no como uma necessidade inata… a reutilização dos materiais em novos contextos e a sua combinação aleatória estão bem patentes no trabalho “Samples and Variations”, de Clemens Behr, artista convidado da Galeria Under Dogs, em Lisboa. A criação de Behr surge a partir de restos de materiais de construção, que combinados originam novas formas… entre elas, um manual pad! Mas – e voltando ao paradigma da nossa reflexão – o artista quis ir ainda mais longe e lançou o desafio à SURGE. O skate também é isto – inventar/adaptar/criar: durante uma tarde demos continuidade ao trabalho de Clemens: “Skate and Destroy” foi o repto à criatividade dos skaters, que foram dando vida e novas formas à (sua) obra, reabilitando e criando novos e consecutivos desafios até esgotar por completo as hipóteses e os materiais. Porque a criatividade não tem (ou não deve ter) limites.

Skaters: Jorge Simões, Adilson Pedro, Francisco Perdigão e André Costa

Imagem e Edição Luís Moreira /Luis Cruz

Produção SURGE Skateboard Magazine

Texto Sílvia Ferreira

Vê o vídeo da exposição completa de Clemens Behr aqui